segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ocupadíssimo leitor

O enxovalho tem vindo de toda parte. Governador, professor (de universidade hein!!!), jornalista palpiteiro, gente pós-graduada em direito, reitor, burocrata, estudante estudioso, todos cansados da vida, cansados na vida, ferem a inteligência com o bordão da histeria: "maconheiros", "maconheiros". A sofreguidão bunda-mole do agente de opinião pública-do-interesse-particular quer resolver a violência brasuca na brasa-porrada. 58% dos estudantes da USP são a favor da presença da PM na cidade universitária.

Perdoem-me os que não entendem o "FORA PM", senão como um desejo de transformar a USP numa terra sem lei onde se possa fumar maconha à vontada. Perdoem-me os que acreditam que a tragédia de uma pessoa morta pela violência devará ser simplesmente tratada como questão de polícia, pois também é uma tragédia a história de um jovem assassino.

Certamente a USP vive uma crise: uma questão complexa como essa não deveria ser pensada por tal comunidade universitária de forma tão sumária, tão rasa.

Tenho um palpite para entender essa falta (aparente) de intelegência frente àquela outra, a inteligência que goza a condição (inclusive material) de científica.
Dou uma dica.



o rancor contra a usp

Marcelo Rubens Paiva - 11 de novembro

“Além de maconheiro, você deve ser viado.”

Curiosa associação.

Esta é uma das muitas reações de carinho que recebi ao falar do conflito entre alunos da USP e a PM.

Dos mais de 400 comentários abaixo, o índice de reprovação dos acontecimentos é altíssimo.

E, claro, as agressões pessoais foram a tônica dos leitores: sou maconheiro, esquerdóide, analfabeto, autor de um livro só, cujo acidente me deixou paraplégico e burro, e a quantidade de drogas que tomei queimaram meus neurônios.

Uma fofura…

Ou não se entendeu o que queriam afinal os alunos da USP, ou um rancor contra eles domina parte da sociedade.

Percebi como tem gente que acha um desperdício o investimento do orçamento estadual em uma universidade pública.

Uma, não. Três [USP, Unicamp, Unesp].

Frequentadas por “vagabundos, maconheiros, depredadores dominados por correntes da esquerda radical”.

Um desperdício de dinheiro público.

Imaginei que fosse uma unanimidade a proposta de que o Estado deva investir pesadamente em educação, se quisermos dar um passo, sim, de gigante.

Além de vendermos pedras com ferro, soja e alimentar o mundo, poderíamos nos transformar numa força industrial e tecnológica.

Imaginei que a essência de uma Universidade fosse desenvolver o livre pensar.

As mensagens que os estudantes me passaram foram:

1. Esta PM não nos serve.

2. A política de repressão à posse de entorpecentes faliu.

3. A reitoria abriu mão de resolver os seus problemas, como a violência no campus, desistiu e chamou o Estado.

Leitores reclamaram que estudantes da USP não devem ter privilégios, que esta PM é a que temos. E que eles não querem a PM lá para poderem fumar seus baseadinhos livremente.

O governador do Estado reclamou que deveriam ter aulas de democracia.

Mas continuo concordando com os estudantes.

Não é a PM que deveria voltar à escola e aprender a combater o crime?

Esta PM é falida.

Não consegue lidar com os índices alarmantes de violência urbana. A corrupção corrói da base à cúpula. O traficante NEM acaba de declarar que metade dos seus rendimentos ia para a polícia.

Em todas as cidades existe a sua cracolândia, sinal de que, como disse a revista THE ECONOMIST, perdemos a batalha para o tráfico. Como sanar tal doença?

O DCE da USP entregou à reitoria meses atrás a sua proposta para conter a violência: iluminar o campus, descatracalizá-lo, tornar a Universidade aberta e criar uma guarda universitária focada nos direitos humanos.

E reitoria desprezou. Preferiu chamar a força de repressão que fez de São Paulo uma das cidades mais violentas do mundo.

A cobertura de parte da mídia só alimentou o preconceito. Não se debateram ideias, mas a atitude de vândalos.

Prefiro uma Universidade que continue nos propondo novas ideias. Sim, gratuita. Aceito com orgulho que parte dos meus impostos vá para as universidades públicas.

Já estudei em duas e sei muito bem que elas não servem apenas à elite. Que há convênios com países africanos e latino-americanos. Que se estuda as raízes dos problemas e conflitos sociais. Que há núcleos de combate à violência. E que a força dos movimentos sociais é a alma da democracia e da justiça social.

E que numa Universidade livre, governador, repensa-se o papel do Estado.

Nem na época da DITADURA as ações dos estudantes eram unanimes.

Havia uma maioria silenciosa não engajada que não participava.

Isto não quer dizer que ela estava correta.

Muitos diziam que estudantes estavam lá para apenas estudar.

A História prova que dos estudantes veem as ideias de transformação.

É mais vantajoso escutá-los do que trancá-los ou reprimir com “borrachadas”.

No meio estudantil, longe das forças do mercado, nascem as grandes ideias.

Nasce o futuro.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Guten Morgen Sonnenschein significa "bom dia luz do sol"

Jésus!!!

Vejam e me digam que estou errado!

A cantora é grega e canta em alemão; o Martinho da Vila todos conhecemos.

Guten Morgen Sonnenschein significa bom dia luz do sol. Cantem, cantem minha gente em português mesmo ou... Poderíamos discutir a questão do plágio, mas somente depois do séc. XVIII, corolário da revolução burguesa!!! Ou seria um samba-lied; ou um improvável Lied-samba? Ahh!!! deixam prá lá os mergulhos teóricos.

Fiquemos com o menu: querem a canção em português ou auf Deutsch? Fiquem à vontade.

Silvio Rocha

P.S. Perdoem-me se se trata de uma referência conhecida, um intercâmbio cultural. A propósito, ouçam um belo Lied

_____________________________________________________________


Conclusão a posteriori (Ave Google-Mnemosyne!)

Foram eles, foram os gregos e os alemães. Vertido em alemão um samba
de Martinho da Vila, lembrei-me do Lutero. O charme fica por conta das
árvores azuis. Que árvores azuis!!! Cúmulo do kitsch!"




segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sábado, 17 de julho de 1937 no Cine Theatro Suzano: Escrava Andréa

Algo me dizia isso... O inexplicável.A verve.O sentimento epífano.

A melodia-diapasão de Satie da minha vida. A nudez pelada do exCelso Zé Celso

que me tocou em teat(r)o. A consusbtância Veloso-Wisnik-Gregório-Corpo no

movimento corpo que transcende sua materialidade calculada da dança em afirmação

etérea da vida...

   O atavismo dos bons genes. Pois é, algo me dizia isso: meus bisavós eram ATORES amadores-que-amam!!! EM cartaz: Emília Pezzuol e Alberto Pezzuol.

   Pô! fiquei feliz!!! Mor legal!!!

   Devo dizer inclusive que acabei de os apresentar ao Uzyna Uzona, à Cia do Latão... e eles adoraram!!!



E vejam também 
http://www.youtube.com/watch?v=84MlvAffIe8


Silvio Roberto Rocha


P.S.


Bem,  embora desejasse o texto com certo tom de brincadeira, assumo que ficou um outro tanto como elogio de si mesmo...


Ficou legal. Meio doidão... Etílico, talvez.


Acredito que a peça não deveria ser boa; o título dela não atrai muito. Mas já não importa. Esses são os pais do meu avô; do outro lado, o pai de minha avó era também metido a artista: pintava, tocava violino e, se não me engano, fazia esgrima!!! 


É!!! a condição social de burguês não determina a condição mental; meus avós, todos eles, eram pobres pra cacete e, parece, tinham certo refinamento...


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cosplay de vilão da DC Comics confunde Humberto Gessinger com Chico Buarque para falar mal de Lula e Dilma...

Replicado do site www.objetivandodisponibilizar.com.br - A madastra do textos ruins  (que o debadescada recomenda como leitura obrigatoria para desopilar o figado e o encefalo) 


É, eu sei. Ficou um pouquinho sensacionalista esse título daí de cima, né? Mas deixa que eu gostei!

Os deuses e os encostos do Twitter me tiraram do descanso dominical para denunciar um texto escrito por um cara chamado Kléster, que fala mal do Chico Buarque. Depois de lavar louça, ver filmes, fazer nada e cuidar da minha vida (porque eu tenho mais o que fazer, nada inclusive), resolvi dedicar um tempinho de nada de minha preciosa vida para ler o texto.

Tá bem escrito o troço. Mas dá pena dos argumentos, coitado. Parece que Nossa Senhora da Interpretação de Textos esqueceu-se desse filho dela, viu? (ou será que foi esse filho dela que se esqueceu de Nossa Senhora de Interpretação de Textos, e nunca rogou por ela?)

Enfim. A sensação que deu é que o zifio em questão confunde Chico Buarque com Humberto Gessinger. E acha que Chico Buarque rima que nem Luan Santana. Viram como ele foi mesmo esquecido por NS da Interpretação de Textos? Coitado, né?

Mas leiam aí o texto do quiproquó da semana. Ele foi copiado da versão impressa do jornal da Tarde pelo dileto ectoplasma suíno Cid Cancer, neste post aqui:
“O Chico é chato, com “C” maiúsculo.
O filhinho-de-papai que fez fama como herói da democracia lança novo CD [O filhinho de papai em questão tem quase 70 anos, mas deixa pra lá] . Com as melodias lerdas de sempre.[ô, Kléster, se vc acha isso,eu respeito tua opinião, oras!]
Você gosta de Chico Buarque? É provável que sua resposta tenha sido “sim”[é, foi!] .
Agora, me diga três músicas dele que você adora [todo o sentimento, Valsinha, homenagem ao Malandro, feijoada completa, Até o fim, pedçao de mim, construção, meu caro amigo ih! Só três? Desculpa...]. É provável que você não saiba. E sabe por que? Porque todo mundo diz que gosta do Chico, mesmo sem saber cantar uma música dele do começo ao fim [quer que eu cante, Kleyson? eu sei cantar todas! À exceção de Pedaço de mim, que não consigo cantar porque a letra me faz mal - mas isso não significa que a letra seja deplorável!].
Dizer que gosta do Chico é cult [cult de quem? Desculpa, o trocadilho foi inevitável, kléber!] . Quem não gosta do Chico é burro, ignorante, não entende nada de música [Meu marido não gosta do Chico. Nem por isso é burro. Tudo bem que eu já vi uma "colega de trabalho" do Sílvio Santos no Qual é a Música ouvir A Banda e, na tentativa de adivinhar o cantor, perguntou: é a nova do Daniel? Mas, de novo, deixa prá lá. Mas você dizia...?]. Pois pode me colocar no segundo grupo. Eu acho o Chico muito Chato, assim mesmo, com “C” maiúsculo. O nome dele deveria ser Chato Buarque de Holanda.[Olha, Kluster, tem algumas músicas dele que realmente são um pé no saco...]
Antes de continuar, vamos deixar uma coisa clara. Eu reconheço a importância do trabalho desse indivíduo para a música brasileira. Reconheço que ele já escreveu algumas canções até boazinhas[Cejura, Klóvis? então tá bom!] . Mas o cara é chato demais. Repetitivo, cansativo, sofre de uma carência absurda de criatividade, o que, pra um artista, é – ou deveria ser – fatal. [repetitivo? NAONDE? Chico já compôs chorinhos, valsas, sambas, sambas-canção, bossa nova... ele repete exatamente o quê? E as letras dele falam sobre maridos traídos, mulheres traídas, mães que perderam os filhos, ppaixões arrebatadoras, causos de cidade pequena... NAONDE que tá a repetição, zifio? Se você quiser chamar Chrissie Hynde de repetitiva, eu até entendo - e concordo. E olha que sou mais fã de Chrissie Hynde do que de Chico Buarque. Mas Chicovsky realmente tá longe de ser repetitivo, viu, Keirrisson?]
No caso do Chico, ele leva na boa, porque o brasileiro é muito besta e engole o que ouve sem pensar[er... se você engole alguma coisa é porque você comeu essa coisa. Troços ouvidos são troços assimilados, compreendidos, aceitos.... mas não engolidos, tá, Klébster?] . É como dizer que gosta do Chico sem saber cantar uma música sequer do cara [ô, Kleivisson, eu pensei que você já tinha superado o trauma de não saber cantar chico Buarque!] . E por que eu tou falando tudo isso agora? Porque o Chato Buarque acaba de colocar na internet a primeira música de trabalho de seu novo disco.
A canção chama Querido Diário – quanta criatividade – e tem aquela mesma melodia de sempre, cansativa, enfadonha, capaz de transformar qualquer festança num velório[ Vamos por partes: Chico Buarque não é pra dançar em festa. O nome disso é bate-estaca / pagode de merda / axé irritante / sertanejo cantacorno. Chico Buarque é para se escutar, assimilar, compreender, pensar, e botar pra tocar no rádio do carro e cantar, por exemplo. é para se ouvir baixinho enquanto se conversa com amigos inteligentes. Mas obrigada pelo aviso! Joguei no google e achei a música em questão. Sério que você não entendeu o porquê do título? Nem o conteúdo da letra, Klingston? (suspiro)]
Piores do que a melodia, só mesmo a voz de taquara rachada do cantor [OK, aqui eu concordo. Chico não canta bem.] e a letra medonha [cejura que cê vai insistir na história de que não entendeu a letra? Medonha por quê, Klarckson?]. Entre outras aberrações, Querido Diário tem como forçar a barra pra rimar “trama” com “flama” [mizifio, vou acender uma vela pra você e encomendar sua alma a nossa Senhora da Interpretação de Textos! Você acha que Luan Santana seria capaz de escrever desejo-me em flama, Klobertson? Cejura? Mas cejura mesmo? e você acha que trama com flama foi forçar barra aí? Vc NÃO ENTENDEU A LETRA?!?!?!?!], outra rima digna de Luan Santana (“carinho” com “sozinho”) e a estupidez extrema de falar em “amar uma mulher sem orifício”. Poesia de borracharia perde.[Serião. Agora deu pena. Senta aí que eu vou te explicar a letra porque você NÃO ENTENDEU: antes de "amar uma mulher sem orifício" vem o verso "Por uma estátua ter adoração". Portanto, temos "por uma estátua ter adoração - amar uma mulher sem orifício". Isto significa que a mulher sem orifício em questão é a estátua, a imagem de uma santa, ou seja, uma mulher a quem ele deva amar sem contato carnal, entendeu, Klarrison? 
Mas quem vai dizer isto ao grande Chico? Ninguém. Até porque o Chato Buarque de Hollanda teve uma vida duríssima, combateu a ditadura militar, sofreu no exílio... quer dizer... isso é o que ele apregoa aos quatro cantos, né?
A história real é outra [Peraí! Você não gosta do chico, não gosta das letras dele, e agora vai achincalhar a vida dele? Você vai me obrigar a te citar Tutty Vasques, zifio?
Aliás, aproveita e lê esse texto que eu linquei. ele desenha tudo o que você não conseguiu entender, Klibster!]. Na verdade ele é um burguesinho de marca maior [OK, ele nunca penou na vida. Mas o que exatamente você quis dizer com burguesinho, oh, Klackstone?]. O pai dele era o Sérgio Buarque, um historiador e jornalista, e a mãe a pintora e pianista Maria Amélia. Quando o Chico tinha 9 anos, o pai dele foi lecionar na Universidade de Roma. E lá foi o Chiquinho viver na dureza da capital italiana. Como todo filhinho-de-papai que se preze, ele nunca demonstrou muito gosto pelos estudos.
E sempre quis ser rebelde.[iiiihhh... o diagnóstico já foi feito pelo Tutty Vasques...]
Ainda adolescente e já vivendo em São Paulo, furtou um carro pra fazer arruaças. Foi parar na cadeia. Mas o papaizinho logo tirou o moleque do xilindró[puxa! num sabia dessa! Rock'n'roll dos bão, hein?] . Aos 19 anos, foi estudar arquitetura na USP. Mas não se formou: só teve saco de ficar por lá 2 anos. Riquinho como sempre foi, sabia que não precisava estudar para ter a vida que queria.[Bem, até aí você tá contando a história de 250% dos músicos deste país e do mundo! Renato Russo largou a escola e virou.. er... Renato Russo; Chico Buarque largou a escola e virou... er... Chico Buarque; Zezé de Camargo e Luciano largaram a escola porque não podiam mais estudar e viraram... cê já entendeu, né, Klingon?]
Quando os militares tomaram o poder no país, ele começou a fazer músicas criticando o regime. Aí, vem a melhor parte: o tão aclamado exílio. Meu amigo, isto é lorota. O exílio do Chico foi imposto por ele mesmo. Vendo os militares capturando e torturando quem não aceitava o regime, o indivíduo, aos 25 anos, não queria se arriscar no Brasil.
Colocou o rabinho entre as pernas e se mandou para a Itália. Fala sério. Pra Itália? Até que eu queria um exílio desse!! Se exilar no Congo ninguém quer, né?[ele falav afrancês, tinha amigos nazoropa, ia fazer exatamente o quê na África? Faltou-lhe uma certa vocação missionária, é isso que você quer dizer, Klister?]
Daí, depois, ele voltou pro Brasil e ficou posando de herói da democracia. Mas quando a podridão do Governo Lula, que o Chico apoiou, veio à tona, o Chato Buarque ficou calado, como todo burguesinho petista. Daí, como agradecimento, o Lula colocou a irmã do Chico, a Ana Buarque, pra ser ministra da Cultura. Sim, o Lula. Ou você acha que a Dilma decide algo sem consultar o chefão? A não ser que você seja do time que acha o Chato Buarque um grande artista. Nesse caso, você é capaz de acreditar em tudo.’’[POOTAQUEPAREEOOOO!!! Quer dizer que você me tgrouxe até aqui pra falar mal de Lula e Dilma, Klubster?!?!?! então Chico não presta por causa do Lula e da Dilma?

Olha, me deu vontade de fazer um texto enaltecendo Chico pra desancar Lula e Dilma. Licença que eu vou pegar fiote na escola e já volto pra escrever esse troço!


(P.S.: digamos que Chico Buarque leia o texto do Klogster. O burguesinho filhinho de papai vai:
(  ) Perder noites de sono
(  ) Chorar
(  ) Beber pra esquecer
(  ) Fazer nada


Eu aposto na terceira opção. Mas só no primeiro verbo: Chico buarque vai beber. Porque Chico Buarque bebe. Ponto. :D

domingo, 3 de julho de 2011

Sobre Maiúsculos e minúsculos

O Jornal da Tarde/SP publicou na coluna "Fora da Cesta" artigo de kléster cavalcanti sobre Chico Buarque de Holanda chamando-o de chato. Coloquei o texto original no final desta página* para que o leitor amigo possa chegar às suas próprias conclusões. Eu cheguei às minhas.


kléster cavalcanti tem o direito de não gostar da obra de Chico Buarque de Holanda, reclamar de sua voz, enxovalhar sua vida pessoal etc. A democracia, que Chico Buarque ajudou a defender, permite a liberdade de expressão. Se Chico Buarque não concordar com o que foi dito poderá processar kléster cavalcanti por calúnia e difamação. Viva a democracia!!

Assim, o mesmo direito temos nós de dizer o que pensamos sobre kléster cavalcanti.
klester cavalcanti certamente não é burguês como Chico Buarque. Eu não imagino uma família burguesa chamando o filho de kléster. Otávio, Fernando, Sergio, são nomes que a burguesia usaria. kléster, nunca!

Imagino que kléster não seja jornalista. Qualquer formando de jornalismo saberia que a honestidade intelectual é a primeira virtude de quem escreve. Dizemos isto porque kléster cavalcanti ataca a obra musical de Chico Buarque, mas quer mesmo é desqualificar o apoio dele, Chico Buarque, em determinados momentos, aos governos Dilma e Lula. Sim, porque, segundo kléster cavalcanti, por exemplo, se eu acredito na qualidade da obra de Chico Buarque eu acredito no governo de Dilma ou de Lula.

Se kléster cavalcanti quer atacar os governos Dilma e Lula, por que não o faz diretamente? Se kléster cavalcanti quer criticar as opiniões ou posições de Chico Buarque, por que não o faz diretamente? Falta estofo, coragem, estatura e hombridade a kléster cavalcanti. Pobres leitores do Jornal da Tarde.

Segundo o Ibope, 56% da população aprovam o governo Dilma, e 87% aprovavam o governo de Lula ao final de seu mandato. Se seguirmos o raciocínio de kléster cavalcanti, imagino que, pela média, uns 70% devem gostar das músicas de Chico Buarque.

Assim, atacar a obra musical de Chico Buarque para atacar o governo de Dilma/Lula não é erro de argumentação, como diz um amigo, é fazer política rés-do-chão.

Talvez kléster cavalcanti seja um homem criativo. Por exemplo, usou o neologismo “burguês petista”. Isso deve dar uma bela tese de doutorado. À luz de Lacan, naturalmente...

Como kléster cavalcanti é um ilustre desconhecido, não sabemos de sua vida acadêmica.

Penso que ao menos o curso ginasial ele tenha feito. No entanto, não me interessa a vida do ginasiano kléster cavalcanti. Não me interesso pelo que fazia, por suas estripulias na sala de aula, se teve espinhas na cara, se fez troca-troca no banheiro.

Assim como não me interesso pela vida pessoal de Chico Buarque ou pelas amantes de FHC.

Certamente kléster cavalcanti não é músico, e por isto está apenas no coro (dos descontentes?).

Na foto de sua coluna, kléster cavalcanti parece ter o corpo de um homem jovem (sobre sua alma não sabemos). Me pergunto se não foi um cara-pintada (com galhardia?) que ajudou a derrubar Collor.

Acho que não tem idade, mas, se tivesse, teria participado da Passeata dos 100 mil, em 1968, pela democracia e contra a ditadura? Ou teria preferido a Marcha da Família com deus pela Liberdade contra aquele “bando de comunistas a soldo de Moscou que quer dominar o Brasil”.

De qual marcha kléster cavalcanti participaria?

No devido tempo, o Brasil ainda compreenderá o que foram os anos de chumbo da ditadura. Trabalhadores, intelectuais, artistas, estudantes, religiosos lutaram para que pudéssemos viver em um Estado de Direito.

Chico Buarque enfrentou, sim, a ditadura, diferentemente de muito jornalista que, quando o dono do jornal batia o pé ou um delegado qualquer aparecia na redação, corria, aí, sim, com o rabo entre as pernas, para escrever textos de encomenda.

Enquanto boa parte da sociedade brasileira se acovardou e outra aplaudiu o golpe de estado de civis e militares, muitos arriscaram suas carreiras e até suas vidas para que pudéssemos dizer o que pensamos neste momento.

O samba de Chico Buarque, Apesar de você, para ficar num exemplo, deu otimismo e esperança a muita gente que viveu naquele período.

Andy Warhol disse que todos nós temos 15 minutos de fama. kléster cavalcanti usou seus 15 cm2 para criticar a obra musical de Chico Buarque, mas com olho em Lula e Dilma. São os 15 cm2 de papel mais desperdiçados da história do Jornal da Tarde.

Gostaria de falar só um pouco sobre a obra de Chico Buarque de Holanda, obra que, aliás, não precisa de defensores. Fala por si. Melhor, canta por si.

Não sou fã incondicional de Chico Buarque. De nada e de ninguém, acrescento.

Mas já foi dito que Chico Buarque é um dos compositores que mais bem retratou a alma feminina em suas canções, no que concordo plenamente.

Assim, de bate pronto, tomando um café no botequim, lembro de uns 15 sambas e canções de Chico Buarque de que gosto e sei as letras, cantadas e batucadas na caixinha de fósforo.

É claro que Chico Buarque não é um compositor “popular”, como Adoniram, Nelson Sargento, Cartola, Nelson Cavaquinho, mas isso não quer dizer que sua obra não seja do gosto do grande público.

Como cantou Vinicius de Moraes, “e se hoje ele (o samba) é branco na poesia, ele é negro demais no coração”.

Quem não se comove ao ouvir Pedro Pedreiro, Olê Olá, Apesar de você, Roda Viva, Samba de Orly, Cálice, Olhos nos Olhos, Geni e o Zepellin, Pedaço de Mim, O meu amor, Meu caro amigo, Todo Sentimento, Futuros Amantes, As Vitrines? E você, caro leitor, com certeza deve estar acrescentando outras tantas a esta lista de músicas maravilhosas.

Aliás, Chico Buarque é homem generoso e dedicou musicas a todos os tipos de pessoas e, sem o saber, até a kléster cavalcanti. Não resta duvida: em Vai passar, kléster cavalcanti é um dos “pigmeus do boulevard”.

Se Chico Buarque de Holanda é um chato com “C” maiúsculo como quer kléster cavalcanti, ele, kléster, com sua baba, seguramente não passa de um minúsculo “kc”.


Amaury Rodrigues

____________________________

* (Chico é um chato com “C” maiúsculo, de kléster cavalcanti – Jornal da Tarde, 25/06/2011 - texto ipsis literis do jornal impresso)


“O Chico é chato, com “C” maiúsculo.

O filhinho-de-papai que fez fama como herói da democracia lança novo CD. Com as melodias lerdas de sempre. Você gosta de Chico Buarque? É provável que sua resposta tenha sido “sim”. Agora, me diga três músicas dele que você adora. É provável que você não saiba. E sabe por que? Porque todo mundo diz que gosta do Chico, mesmo sem saber cantar uma música dele do começo ao fim.

Dizer que gosta do Chico é cult. Quem não gosta do Chico é burro, ignorante, não entende nada de música. Pois pode me colocar no segundo grupo. Eu acho o Chico muito Chato, assim mesmo, com “C” maiúsculo. O nome dele deveria ser Chato Buarque de Holanda.

Antes de continuar, vamos deixar uma coisa clara. Eu reconheço a importância do trabalho desse indivíduo para a música brasileira. Reconheço que ele já escreveu algumas canções até boazinhas. Mas o cara é chato demais. Repetitivo, cansativo, sofre de uma carência absurda de criatividade, o que, pra um artista, é – ou deveria ser – fatal.

No caso do Chico, ele leva na boa, porque o brasileiro é muito besta e engole o que ouve sem pensar. É como dizer que gosta do Chico sem saber cantar uma música sequer do cara. E por que eu tou falando tudo isso agora? Porque o Chato Buarque acaba de colocar na internet a primeira música de trabalho de seu novo disco. A canção chama Querido Diário – quanta criatividade – e tem aquela mesma melodia de sempre, cansativa, enfadonha, capaz de transformar qualquer festança num velório.

Piores do que a melodia, só mesmo a voz de taquara rachada do cantor e a letra medonha. Entre outras aberrações, Querido Diário tem como forçar a barra pra rimar “trama” com “flama”, outra rima digna de Luan Santana (“carinho” com “sozinho”) e a estupidez extrema de falar em “amar uma mulher sem orifício”. Poesia de borracharia perde.

Mas quem vai dizer isto ao grande Chico? Ninguém. Até porque o Chato Buarque de Hollanda teve uma vida duríssima, combateu a ditadura militar, sofreu no exílio... quer dizer... isso é o que ele apregoa aos quatro cantos, né?

A história real é outra. Na verdade ele é um burguesinho de marca maior. O pai dele era o Sérgio Buarque, um historiador e jornalista, e a mãe a pintora e pianista Maria Amélia. Quando o Chico tinha 9 anos, o pai dele foi lecionar na Universidade de Roma. E lá foi o Chiquinho viver na dureza da capital italiana. Como todo filhinho-de-papai que se preze, ele nunca demonstrou muito gosto pelos estudos. E sempre quis ser rebelde.

Ainda adolescente e já vivendo em São Paulo, furtou um carro pra fazer arruaças. Foi parar na cadeia. Mas o papaizinho logo tirou o moleque do xilindró. Aos 19 anos, foi estudar arquitetura na USP. Mas não se formou: só teve saco de ficar por lá 2 anos. Riquinho como sempre foi, sabia que não precisava estudar para ter a vida que queria.

Quando os militares tomaram o poder no país, ele começou a fazer músicas criticando o regime. Aí, vem a melhor parte: o tão aclamado exílio. Meu amigo, isto é lorota. O exílio do Chico foi imposto por ele mesmo. Vendo os militares capturando e torturando quem não aceitava o regime, o indivíduo, aos 25 anos, não queria se arriscar no Brasil. Colocou o rabinho entre as pernas e se mandou para a Itália. Fala sério. Pra Itália? Até que eu queria um exílio desse!! Se exilar no Congo ninguém quer, né?

Daí, depois, ele voltou pro Brasil e ficou posando de herói da democracia. Mas quando a podridão do Governo Lula, que o Chico apoiou, veio à tona, o Chato Buarque ficou calado, como todo burguesinho petista. Daí, como agradecimento, o Lula colocou a irmã do Chico, a Ana Buarque, pra ser ministra da Cultura. Sim, o Lula. Ou você acha que a Dilma decide algo sem consultar o chefão? A não ser que você seja do time que acha o Chato Buarque um grande artista. Nesse caso, você é capaz de acreditar em tudo.’’

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Apenas uma ópera-bufa

Alguns podem achar meu texto hermético, mas aviso que o Pascoal nada tem a ver com isto.

Outros podem achar meu texto inútil, mas não pensam no sal diário que pago aos meus editores.

Olha o biscoito salgado e o doce. Só paga mil. É o dadinho de chocolate, quatro é quinhentos e dez é mil. É o dadinho de chocolate.

Não, esta não é uma fábula, senão seria fabulosa.

É uma ópera-bufa, meus amigos, e como ópera bufa fedeu e por isso ninguém quer ficar por perto.

Assim, na terra de sua majestade a rainha – Angle Land – um Member of Parliament ou MP foi pego usando dinheiro público para reformar seu jardim. Só restou ao MP a renúncia.

Tanto lá, como cá.

Na física poética: A resistência é dada em Ohms.

A culpa é do Nasi! - gritou ela. Perguntaram - O Nasi do Ira! ? - Não, do outro.

Assim do nada, qual é o feminino de bacharel?

As rosas desabrocham com a luz do sol e a beleza das mulheres com creme Rugol, creme Rugol.

Desculpem, me faltam ar, água e sangue nas veias. Canção de infância.

- A culpa é do Nasi, repetiu ela.

O dito popular diz que santo da casa na faz milagre.

Então, vizinha, me empresta o teu santo e uma xícara de açúcar?

Para espanto da patuléia, digo platéia, - ou audiência em inglês - que ouvia com nojo - asco a megalomaníaca, operária, nauseabunda, pé de pato mangalô treis veis a regurgitar, junto com os bolinhos e o café do escritório, ela repetia:

- A culpa é do Nasi!

Leilões são interessantes. Dou lhe uma, dou lhe duas, dou lhe três.... As pessoas nos lugares baratos gritaram:

- Vendida! Para o cavalheiro aqui da direita.

Anúncio de jornal: Armazém de secos e molhados agradece a distinta freguesia.

Ah, a res publica, os pudicos e os republicanos.

Seria o tupperware um tipo de hermetismo?

Dizem que um bom texto se escreve com os testículos. Coisa de macho mesmo. Nada desta coisa de metrosexual.

O problema é que além dos testículos, todos nós, eu incluso, temos ânus.

Vai daí, ai, vai daqui, a turma do DCE está sempre em defesa da melhoria do ensino.

- É inadmissível que os banheiros desta universidade não tenham papel higiênico e que os estudantes-trabalhadores não possam aliviar suas necessidades intestinas nas latrinas, segundo a Convenção de Genebra.

Apoiado! Aonde?

Li com atenção o “Manifesto em defesa do pepino”. Achei visionário.

Barraqueira que é barraqueira gosta de holofote.

Holofote vem do grego (holo+fote) e quer dizer holofote, à luz de Lacan, naturalmente.

Warhol disse que todos nós temos quinze minutos de fama. No caso dela foram quinze minutos de infâmia.

Antes tarde, mas não falha. Disse Caetano (o mala): o júri é simpático, mas é incompetente.

Psicóloga amiga diz que não devemos apresentar o Mickey Mouse para crianças porque mesmo parecendo bonitinhos ratos são nocivos aos humanos

Se isto fosse uma fábula agora apareceria o Flautista de Hamelin e levaria todos os ratos para além dos portões da cidade. Mas não é.

Os ratos continuam soltos a morder os pés descalços das crianças de casas pobres que não dormem de frio, medo e dor.

J’accuse!!!

Parafraseando e.e.cummings, abre aspas o rato é o ânus, no qual tudo se sentou, exceto o humano fecha aspas.

Com quantos paus se faz uma barrica?

Come, pequena, come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. (Fernandopessoamente).

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Semeador de Estrelas

Renata, uma alma inquieta, me mandou o seguinte:

Existem momentos em nossa vida que por mais que queiramos não conseguimos enxergar o óbvio.

O Semeador de Estrelas é uma estátua localizada em Kaunas, Lituânia.

Durante o dia passa despercebida.



Mas quando a noite chega, a estátua justifica seu nome...



Que possamos sempre ver além daquilo que está diante de nossos olhos, hoje e sempre.